Cinco homens estão reunidos em uma sala. Discute metafísica, mas um
deles este sempre calado, pensando, cochilando, cuja espórtula no
debate não passava de um ou outro resmungo de aprovação. Foi quando o
ouvinte, chamado Jacobina que era um burguês intelectual e tinha um perfil
irritante e sarcástico , passou a palestrante, narrando um fato que ocorrera em
sua juventude. Quando Jacobina foi nomeado alferes da Guarda Nacional, todos os
membros de sua família e alguns amigos passaram tratá-lo com carinhos e
cortesias, chamando-o apenas de alferes. Esta condição levou-o a aceitar apenas
uma das duas almas que formava o Homem. Sua personalidade atual deixava de
existir permanecendo somente o título. Convidado a passar algumas semanas no
sítio de sua tia Marcelina, ganha um espelho. Certa vez, Marcelina é levada a
deixar o sítio sob a guarda de seu sobrinho. Jacobina então passa semanas
sozinho e, para acabar com a solidão resolve se espelhar. No começo, vê a
imagem desfocada, mas, ao colocar a farda, a imagem passa a se tornar nítida. Ao
fim da narrativa o autor diz que que o
melhor remédio que encontrara para acabar com a solidão era, a certa hora do
dia, por no mínimo duas horas, se olhar no espelho vestido com a farda de sua
patente.
Assis, Machado de. O espelho. Disponível em http://www.lumiarte.com/luardeoutono/machado-espelho1.html
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